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Um Outro Lugar
2004/03/21
 
Mundus Horribillis

Rezam-se orações aos porcos.
Ratazanas percorrem esgotos
roem corpos jazidos, almas defuntas
mijam-lhes em cima e chamam-lhes putas.

Um cheiro nauseabundo, uma diarreia sentimental
se espalha, é só ver bolorentos olhos impestados com crude,
sanguessugas sugarem o sangue podre da virtude.
Malogrado destino, estrume do mal. Judas consome o beijo fatal.

Vitrais partidos, vandalizados,
ossos mórbidos e amontoados.
Escaravelhos, baratas passeiam caveiras.
Cruzes avessas nos altos das Igrejas.

Mundo Cruel
Junta-se o excremento e o mel
na mesma caldeira
serve-se á mesa. Ultima Ceia. Caganeira.

Eva serve a Adão o fruto proíbido,
fuma umas ganzas, está todo fodido!
Olha em volta, ópio
mãe da revolta, geradora do ódio!

Verdade:
crime, cancro da sociedade.
Amordaçadas caem já pesadas as carcaças do fútil lutar.
(Lá No alto uma nuvem esconde o luar.)

Olhar cruel, Belzebu!
(a merda chega já á cidade)
indiferente só dizes para levármos no cu!
(nós próprios construimos a realidade.)

Fim, juizo final
Castrador do nefasto, do ruim e do mal.
Devastação,
Salvação!

Fodam-se as flores!
Fodam-se as abelhas!
Fodam-se os amores
que atormentam alheios!
Fodam-se as velhas!
Fodam-se as crianças! que se partam ao meio!

Foda-se tudo!
foda-se o nada!
foda-se a vida,
a peste e a sida!

E viva a MORTE!
Neste mundo ela seria uma sorte!!

 
Querem saber quem sou?
Querem saber quem sou?
Sou a alma triste e apagada
moribunda e calada.
Querem saber quem sou?
sou o verso escondido
de uma vida
perdida.
Sou a rima pobre
e ogre
do sentimentalismo puro,
do sentimentalismo duro.
Um pensamento desmesurado
num corpo acabado.
Sou um nada que quiz ser tudo
algúem que ouve mas que é surdo.
Sou algúem que não sendo cego
nada vê
um ego
escondido
ás trevas remetido.

eu sou eu
 
Eclipse Lunar


Agora que as velas se apagam
agora que o mundo me escapou das mãos
agora? agora resta-me esperar,
aqui e agora ...
agora e nunca.
Nunca, nunca mais!

Agora que a lua se esconde
já nada vejo á minha frente
já nada vejo á retaguarda
nada é aquilo que a vida é,
nada absolutamente nada!



 
Indefinições
longe
bem longe
um ponto negro no horizonte
uma sombria e seca fonte
Um olhar cego
e vago, um acreditar leigo,
inocente. Uma porta fechada, completamente cerrada.
Um nada, um vazio, um vazio que é tudo!
Uma desilusão mais,
e um não te ter.
Um se fartar de sofrer!
e uma vontade de morrer!

(Um tentar esquecer
e não puder.)

Um desprezo total,
uma total indiferença.
Afinal o que sou eu se não um tipo banal ...
esta merda está toda mal!

Um caminhar por ruas desconhecidas
rumo a terras perdidas.
Ruas, becos sem saída!
Um andar ás voltas
e uma estúpida ansiedade
uma estúpida ansiedade.
UMA ESTÙPIDA ANSIEDADE!!!!!!!!!!

(Um tentar esquecer
e não puder.)

e não te ter
e não te ter
e não te ter
e não te ter



 
Atlântida

Remando por entre ventos e marés
Navegando pelo desconhecido e por entre mares bravios
Desafiando o destino, lutando contra estranhas espécies e indios
Percorrendo de lés a lés
Nortes
Suis,
Orientes e
Ocidentes.
Julgo ter alcançado o meu destino ...
o infurtunio
o nada ...
o absoluto ...
(absolutamente nada!)

Velas que se apagam,
mar morto
Escuridão
Eclipse Lunar.
Remar
Remar
E á terra prometida voltar ...
Atlântida onde estás?

 

 
Um Outro Lugar
Um outro dia num outro lugar.
Uma outra vida, um outro caminho.
Um sitio para respirar.
Um acaso, um destino
Uma luz
Uns passos seguros e
Um sitio para onde caminhar.

Talvez...
Talvez um dia num outro lugar!




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